Sala de aula invertida: reconstruindo o processo de ensino e de aprendizagem por meio de uma metodologia ativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v14.n1.142-150

Resumo

A proposta da sala de aula invertida é a de que o aluno tenha o primeiro contato com o conteúdo previamente à aula. A sala de aula passa a ser o local para esclarecer dúvidas e aprofundar o conhecimento em atividades práticas como resolução de problemas, projetos e discussão em grupo. Este artigo apresenta uma revisão da literatura que tem como objetivo refletir sobre a sala de aula invertida como metodologia ativa e as mudanças e os impactos da sua utilização para o processo de ensino e de aprendizagem. Conclui-se que o propósito da sala de aula invertida é favorecer uma melhor utilização do tempo e espaço em sala, incentivando o aluno ativo, com pensamento reflexivo e a maior interação entre os alunos e desses com o professor. Isso pode levar a impactos positivos, como a maior compreensão conceitual, desenvolvimento do pensamento crítico e redução no número de reprovações. Por outro lado, pontos negativos podem surgir, como aumento da carga horária de estudo prévio e dificuldade do aluno em se adaptar à lógica da inversão das aulas.

Biografia Autor

Claudia Maria Bezerra da Silva, Universidade Federal de Pernambuco, UFPE

Pedagoga com especialização em Psicopedagogia e mestrado em Educação Profissional e Tecnológica. Doutoranda em Educação Matemática e Tecnológica. Pedagoga na Universidade Federal de Pernambuco, atuando na Coordenação Pedagógica do Centro de Tecnologia e Geociências.

Referências

Ausubel, D. P. (2000). Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano Edições Técnicas.

Ausubel, D. P.; Novak, J. D.; Hanesian, H. (1980). Psicologia educacional. Rio de Janeiro: Interamericana.

Ash, K. (2012). Educators view “flipped†model with a more critical eye. Education Week, Bethesda. Recuperado de: http://connection.ebscohost.com/c/articles/79547399/educators-view-flipped-model-more-critical-eye.

Avellar, S. (2013). A sala de aula com novos formatos em tempos digitais. O Globo, Rio de Janeiro. Recuperado de: https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/a-sala-de-aula-com-novos-formatos-em-tempos-digitais-7721124.

Barkley, E. F. (2010). Student engagement techniques: a handbook for college faculty. São Francisco: Jossey-Bass.

Belcher, J. W. (2001). Studio Physics at MIT. MIT Physics Annual, Cambridge. Recuperado de: http://web.mit.edu/jbelcher/www/Belcher_physicsannual_fall_01.pdf.

Berbel, N. A. N. (1998). A problematização e a aprendizagem baseada em problemas: diferentes termos ou diferentes caminhos? Interface, Botucatu, 2 (2), 139-154. Recuperado de: www.scielo.br/pdf/icse/v2n2/08.

Barros, D. M. V. (2013). EAD, tecnologias e TIC: introduzindo os aspectos didáticos e pedagógicos do tema. In: Yonezawa, W. M.; Barros, D. M. V. (orgs.). Ead, tecnologias e TIC. (pp. 35-49). São Paulo: Cultura Acadêmica.

Bergmann, J.; Sams, A. (2012). Flip Your Classroom: reach every student in every class every day. Eugene: International Society for Technology in Education.

Bergmann, J.; Sams, A. (2016). Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. (1a ed.). Rio de Janeiro: LTC.

Berrett, D. (2012). How flipping the classroom can improve the traditional lecture. Chronicle of Higher Education, Washington. Recuperado de: https://www.chronicle.com/article/How-Flipping-the-Classroom/130857.

Bibano, B. (2014). Salas de aula invertidas, uso de impressora 3D e outras tendências do Ensino Superior. Veja, São Paulo. Recuperado de: https://veja.abril.com.br/educacao/salas-de-aula-invertidas-uso-de-impressora-3d-e-outras-tendencias-do-ensino-superior/.

Bishop, J. L.; Verleger, M. A. (2013). The flipped classroom: a survey of the research. In: Annual Conference of the American Society for Engineering Education, Atlanta. Proccedings of... Washington: American Society for Engineering Education. pp. 1-18.

Bonwell, C.C.; Eison, J.A. (1991). Active learning: creating excitement in the classroom. (1a ed.). Washington: George Washington University Press.

Brown, A. F. (2012). A phenomenological study of undergraduate instructors using the inverted or flipped classroom model. Dissertation (Doctor of Education in Educational Technology) - Pepperdine University, Malibu.

Bruner, J. (1987). O processo da educação. São Paulo: Nacional.

Busato, P.; Berruto, R.; Zazueta, F. S.; Silva-Lugo, J. L. (2016). Student performance in conventional and flipped classroom learning environments. Applied Engineering in Agriculture, North Carolina, 32 (5). Recuperado de: https://elibrary.asabe.org/abstract.asp?aid=47430. doi: 10.13031/aea.32.11298

Carvalho, A. M. P. (2013). O ensino de ciências e a proposição de sequências de ensino investigativas. In: Carvalho, A. M. P. (org.). Ensino de Ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. (pp. 1-20). São Paulo: Cengage Learning.

Crouch, C. H.; Mazur, E. (2001). Peer Instruction: Ten years of experience and results. American Journal of Physics, Salt Lake City, 69 (9). 970-977. Recuperado de: http://web.mit.edu/jbelcher/www/TEALref/Crouch_Mazur.pdf. doi: 10.1119/1.1374249

Datig, I.; Ruswick, C. (2013). Four quick flips: activities for the information literacy classroom. College & Research Libraries News, Chicago, 74 (5). 249-257. Recuperado de: https://crln.acrl.org/index.php/crlnews/article/view/8946/9679.

Demski, J. (2013). Expert tips for flipping the classroom. Campus Technology, Los Angeles. Recuperado de: http://campustechnology.com/articles/2013/01/23/6-expert-tipsfor-flipping-the-classroom.aspx.

Deslauriers, L.; Schelew, E.; Wieman, C. (2011). Improved learning in a large-enrollment physics class. Science, United States, 332. 862-864. Recuperado de: https://science.sciencemag.org/content/332/6031/862. doi: 10.1126/science.1201783

Dewey, J. (1959). Como pensamos: como se relaciona o pensamento reflexivo com o processo educativo-uma reexposição. (3a ed.). São Paulo: Nacional.

Dewey, J. (1979). Democracia e educação: introdução à filosofia da educação. (4a ed.). São Paulo: Nacional.

Fitzpatrick, M. (2012). Classroom lectures go digital. The New York Times, New York. Recuperado de: https://www.nytimes.com/2012/06/25/us/25iht-educside25.html.

Flipped Learning Network. (2014). The four pillars of F-L-I-P. Recuperado de: https://flippedlearning.org/wp-content/uploads/2016/07/FLIP_handout_FNL_Web.pdf

Freire, P. (2005). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. (31a ed.). São Paulo: Paz e Terra.

Hernández, F. (1998). Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed.

Johnson, G. B. (2013). Student perceptions of the flipped classroom. Dissertation (Degree of Mater in Educational Technology) - University Of British Columbia, MA thesis – University of British Columbia, Okanagan.

Kenski, V. (2007). Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus.

Maia, D. (2016). Na sala de aula invertida, alunos antecipam conteúdo em casa. Folha de São Paulo, São Paulo. Recuperado de: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/09/1811790-na-sala-de-aula-invertida-alunos-antecipam-conteudo-em-casa.shtml.

Marlowe, C. A. (2012). The effect of the flipped classroom on student achievement and stress. Dissertation (Master Degree of Science Education) - Montana State University, Bozeman.

Mangan, K. (2013). Inside the flipped classroom. Chronicle of Higher Education, Washington. Recuperado de: https://www.chronicle.com/article/Inside-the-Flipped-Classroom/141891.

Margulieux, L.; Majerich, D.; Mccracken, M. (2013). C21U’s guide to flipping your classroom. Atlanta: Georgia Institute of Technology. Recuperado de: https://provost.gatech.edu/hg/file/221261.

Mazur, E. (2015). Peer instruction: a revolução da aprendizagem ativa. Porto Alegre: Penso Editora.

Michaelsen, L. K.; Knight, A. B.; Fink, L. D. (2004). Team-based learning: a transformative use of small groups in college teaching. Sterling: Stylus Publishing.

Moffett, J. (2015). Twelve tips for “flipping†the classroom. Medical Teacher, 37 (4). 331-336. Recuperado de: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25154646/. doi: 10.3109/0142159X.2014.943710

Moran, J. (2015). Mudando a educação com metodologias ativas. In: Souza, C. A. de; Morales, O. E. T. (orgs.). Convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens. (pp. 15-33). Ponta Grossa: UEPG/PROEX.

Neshyba, S. (2013). It´s a flipping revolution. Chronicle of Higher Education, Washington. Recuperado de: https://www.chronicle.com/article/Its-a-Flipping-Revolution/138259.

Novak, G. M.; Patterson, E. T.; Gavrin, A. D.; Christian, W. (1999). Just-in-time teaching: blending active learning with web technology. Upper Saddle River: Prentice Hall.

Ofugi, M. S. (2016). A sala de aula invertida como técnica alternativa de ensino: um enfoque no desenvolvimento da autonomia do aprendiz de inglês como L2/LE. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia.

Papadopoulos, C.; Roman, A. S. (2010). Implementing an inverted classroom model in engineering statics: initial results. Proceedings of the 2010 Annual Conference & Exposition of American Society for Engineering Statistics, Louisville. Recuperado de: https://peer.asee.org/implementing-an-inverted-classroom-model-in-engineering-statics-initial-results.

Pavanelo, E.; Lima, R. (2017). Sala de aula invertida: a análise de uma experiência na disciplina de Cálculo I. Bolema, Rio Claro, 31 (58). 739-759. Recuperado de: https://www.scielo.br/pdf/bolema/v31n58/0103-636X-bolema-31-58-0739.pdf. doi: 10.1590/1980-4415v31n58a11

Pearson, G. (2012). Biology teacher's flipped classroom: "a simple thing, but it's so powerful". EdCan Network, Canada. Recuperado de: https://www.edcan.ca/articles/biology-teachers-flipped-classroom-a-simple-thing-but-its-so-powerful/.

Piaget, J. (2006). Psicologia e pedagogia: a resposta do grande psicólogo aos problemas do ensino. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Piva, N. (2016). Método da “sala de aula invertida†troca os papéis de casa e da escola. Gazeta do Povo, Curitiba. Recuperado de: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/metodo-da-sala-de-aula-invertida-troca-os-papeis-de-casa-e-da-escola-0jnv8isjepw6p94pvm92thgwm/.

Ratier, R.; Annunciato, P.; Vasconcellos, A. (2017). Inovação na educação: como usar as novidades mais promissoras em sua sala de aula. Revista Nova Escola, São Paulo, 32 (299). Recuperado de: https://novaescola.org.br/conteudo/8734/edicao-299.

Rogers, C. (1973). Liberdade para aprender. (2a ed.). Belo Horizonte: Interlivros.

Schmitz, E. X. da; Reis, S. C. (2018). Sala de aula invertida: investigação sobre o grau de familiaridade conceitual teórico-prático dos docentes da universidade. Educação Temática Digital, Campinas, 20 (1). 153-175. Recuperado de: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8648110. doi: 10.20396/etd.v20i1.8648110

Silberman, M. (1996). Active learning: 101 strategies do teach any subject. Massachusetts: Allyn and Bacon.

Silva, D. J.; Pagni, P. A. (2007). A educação na filosofia de Sócrates. In: Pagni, P. A.; Silva, J. D. (orgs.). Introdução à filosofia da educação: temas contemporâneos e história. (pp. 19-34). São Paulo: Avercamp.

Talbert, R. (2014). Inverting the Linear Algebra Classroom. Primus, New York, 24 (5). 361-374. Recuperado de: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/10511970.2014.883457. doi: 10.1080/10511970.2014.883457

Trevelin, A. T. C.; Pereira, M. A. A.; Oliveira Neto, J. D. (2013). A utilização da “sala de aula invertida†em cursos superiores de tecnologia: comparação entre o modelo tradicional e o modelo invertido “flipped classroom†adaptado aos estilos de aprendizagem. Revista de Estilos de Aprendizaje, Madrid, 12 (11). 01-14. Recuperado de: http://revistaestilosdeaprendizaje.com/article/view/992/1700.

Valente, J. A. (2014). Blended learning e as mudanças no Ensino Superior: a proposta da sala invertida. Educar em Revista, Curitiba, 30 (4). 79-97. Recuperado de: https://www.scielo.br/pdf/er/nspe4/0101-4358-er-esp-04-00079.pdf.

Villas-Bôas, M. A. (2017). Aulas invertidas são muito mais eficientes e inclusivas. Carta Capital, São Paulo. Recuperado de: https://www.cartacapital.com.br/blogs/vanguardas-do-conhecimento/aulas-invertidas-sao-muito-mais-eficientes/.

Vygotsky, L. S. (1987). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Vygotsky, L. S. (2001). A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Young, J. R. (2015). When a flipped-classroom pioneer hands off his video lectures, this is what happens. Chronicle of Higher Education, Washington. Recuperado de: https://www.chronicle.com/article/When-a-Flipped-Classroom/151031.

Publicado

2021-03-12

Edição

Secção

Article