Análise das Debilidades de Representações Gráficas de Dados Estatísticos no Âmbito da Segurança do Trabalho

Autores

  • Carla Santos Instituto Politécnico de Beja; Universidade Nova de Lisboa https://orcid.org/0000-0002-0077-1249
  • Cristina Dias Instituto Politécnico de Portalegre; Universidade Nova de Lisboa
  • Ana Dias Instituto Politécnico de Beja
  • Cláudia Santos Instituto Politécnico de Beja

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v16.n1.9-22

Palavras-chave:

literacia estatística, gráficos estatísticos, segurança laboral, SST

Resumo

A relevância dos dados estatísticos, na sociedade, impôs a urgência de garantir a literacia estatística de todos os indivíduos. Desta necessidade resultou um reforço do estudo da Estatística, com reflexo em todos os níveis de ensino, e com particular incidência na formação de profissionais cuja atividade envolverá o tratamento de dados estatísticos. Na área da segurança e saúde no trabalho, como noutras áreas, os profissionais envolvidos no processo de recolha, organização, análise e reporte de dados estatísticos, recorrem a diversos métodos e ferramentas estatísticas, que, no desfecho do processo, lhes permitirão apreciar, traduzir, revelar e comunicar a informação contida nos dados. Pelo importante contributo que os gráficos estatísticos proporcionam na tarefa de organização e apresentação de dados em relatórios, melhorando a eficácia na transmissão de informação, é imperioso garantir a correção e adequação destas representações. Na presente pesquisa, despoletada pela preocupação dos autores com a desadequação de muitos dos gráficos produzidos no âmbito de pesquisas no domínio da segurança e saúde no trabalho, analisámos os gráficos estatísticos presentes em três relatórios técnicos, no contexto da segurança e saúde no trabalho, focando os aspetos que violam os princípios orientadores da construção de gráficos estatísticos. Com este intuito assumimos uma investigação de abordagem exploratória, com recurso a métodos qualitativos, e recolha bibliográfica de dados. Os resultados revelam a presença de inúmeras debilidades nos gráficos, com violação de alguns dos mais importantes princípios que devem reger a construção de gráficos estatísticos, e que poderão comprometer a validade e utilidade desses gráficos.

Biografia do Autor

Carla Santos, Instituto Politécnico de Beja; Universidade Nova de Lisboa

Carla Santos (PhD) - Professora adjunta do Departamento de Matemática e Ciências Físicas do Instituto Politécnico de Beja

Referências

Albert, J. A., Ruiz, B., & Sánchez, T. (2014). Un acercamiento cognitivo al significado de estadístico, como variable aleatoria, en estudiantes universitarios. Cuarto Encuentro Internacional en la Enseñanza de la Probabilidad y Estadística. Puebla, BUAP.

Arteaga, P., Batanero, C., Cañadas, G., & Contreras, M. (2011). Las Tablas y Gráficas como Objetos Culturales. Números. Revista de Didáctica de las Matemáticas, 76, 55-67.

Batanero, C. (2004). Los retos de la cultura estadística. Yupana, 1 (1), 27–37.

Beattie, V., & Jones, M.J. (2000). Changing graph use in corporate annual reports: a time-series analysis. Contemporary Accounting Research, 17 (2), 213–226.

Beichner, R. J. (1994). Testing student interpretation of kinematics graphs. American Journal of Physics, 62, 750–762.

Benavente, A., Rosa, A., Costa, A. F., & Ávila, P. (1996). A Literacia em Portugal: resultados de uma pesquisa extensiva e monográfica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian

Bertin, J. (1967). Semiologie Graphique. English translation by William Berg & Howard Wainer (1983) and published as Semiology of graphics, Madison, WI: University of Wisconsin Press.

Bordage, G. (2001). Reasons reviewers reject and accept manuscripts: the strengths and weaknesses in medical education reports. Academic Medicine, 76(9), 889–96.

Claydon, L.S. (2015). Rigour in quantitative research. Nurs Stand., 29(47), 43-48.

Cleveland, W. (1993). Visualizing Data. Hobart Press.

Cooper, R., Schriger, D., & Close, R. (2002). Graphical literacy: the quality of graphs in a large-circulation journal. Annals of emergency medicine, 40, 317–322.

Curcio, F. R. (1987). Comprehension of mathematical relationships expressed in graphs. Journal for Research in Mathematics Education, 18, 382–393.

Curcio, F. R. (1989). Developing graph comprehension: elementary and middle school activities. Reston, VA: NCTM.

D´Ambrosio, U. (2005). Sociedade, cultura, matemática e seu ensino. Educação e Pesquisa, 31(1), 99–120.

Fernandes, J. (2009). Ensino e aprendizagem da estatística: realidades e desafios. In C. Costa, E. Mamede, F. Guimarães (org.), Atas do XIX Encontro de Investigação em Educação Matemática.

Fiorentini, D., & Lorenzato, S. (2009). Investigação em educação matemática: percursos teóricos e metodológicos (2ªed.). Campinas: Autores Associados.

Friel, S., Curcio, F., & Bright, G. (2001). Making sense of graphs: critical factors influencing comprehension and instructional implications. Journal for Research in Mathematics Education, 32(2), 124–158.

Fung, K. (2005). Junk charts: Recycling chart junk as junk art. Disponível em: https://junkcha rts.typepad.com/junk_charts/2005/10/the_selfsuffici.html

Gal, I. (2000). The numeracy challenge. In I. Gal (Eds.), Adult numeracy development: Theory, research, practice, Cresskill, NJ: Hampton Press, pp. 1–25.

Gal, I. (2002). Adults’statistical literacy: Meanings, components, responsibilities.International Statistical Review, 70 (1), 1–25.

Garfield, J., & Ben-Zvi, D. (2007). How students learn statistics revisited: A current review of research on teaching and learning statistics. International Statistical Review, 75 (3), 372–396.

Garfield, J. B., Ben-Zvi, D., Chance, B., Medina, E., Roseth, C., & Zieffler, A. (2008). Developing students’ statistical reasoning: Connecting research and teaching practice. Developing Students’ Statistical Reasoning: Connecting Research and Teaching Practice (January), 1–408.

Garfield, J., Delmas, R., & Chance, B. (2003). Web-based assessment resource tools for improving statistical thinking. Annual meeting of the American Educational Research Association [Apresentação em Conferência]. Chicago.

Huff, D. (1954). How to lie with statistics. New York: W. W. Norton.

IALS (1996). International Adult Literacy Survey. IALS; Statistics Canada and OECD.

Kanno, M. (2013). Infografe: Como e porque usar infográficos para criar visualizações e comunicar de forma imediata e eficiente. Infolide. São Paulo.

Kirsch, I. S., Jungeblut, A., Jenkins, L., & Kolstad, A. (1993). Adult literacy in America: A first look at the results of the national adult literacy survey. Washington DC: US Department of Education, National Center for Education Statistics.

Kosslyn, S. (1989) Understanding charts and graphs. Applied Cognitive Psychology, 3,185–226

Langrall, C., Nisbet, S., & Mooney, E. (2006). The interplay between students’ statistical knowledge and context knowledge in analyzing data. In A. Rossman & B. Chance (Eds.), Working cooperatively in statistics education: Proceedings of the Seventh International Conference on Teaching Statistics – ICOTS7, Salvador, Brazil, pp. 5–6.

Lei nº 102/2009 de 10 de Setembro - Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho. Disponível em: https://data.dre.pt/application/conteudo/490009.

Lei n.º 42/2012 de 28 de agosto - Aprova os regimes de acesso e de exercício das profissões de técnico superior de segurança no trabalho e de técnico de segurança no trabalho. Disponível em: https://dre.pt/application/file/a/174639.

Leinhardt, G., Zaslavsky, O., & Stein, M. K. (1990). Functions, graphs, and graphing: Tasks, learning, and teaching. Review of Educational Research, 60 (1), 1–63.

Lopes, P. (2011). Literacia(s) e literacia mediática. CIES e-Working Paper nº110.

López-Nuñez, B. (2016). The use and misuse of graphs in stand-alone annual reports. Work Project - Double Master Degree in Management with major in Finance. NOVA School of Business and Economics & Fundação Getulio Vargas.

Marquart, F. (2017). Methodological Rigor in Quantitative Research. In J. Matthes, C.S. Davis, R.F. Potter (Eds.), The International Encyclopedia of Communication Research Methods (pp. 1–9). John Wiley & Sons, Hoboken.

Murnane, R.J., Sawhill, I., & Snow, C. (2012). Literacy Challenges for the Twenty-First Century: Introducing the Issue. The Future of Children: Literacy Challenges for the Twenty-First Century, 22(2), 3–15.

Roth, W., & Bowen, G. (2001). Professionals read graphs: A semiotic analysis. Journal for Research in Mathematics Education, 32, 159–194.

Rumsey, D. (2002). Statistical Literacy as a Goal for Introductory Statistics Courses, Journal of Statistics Education, 10(3). DOI: 10.1080/10691898.2002.11910678.

Santos, C., & Dias, C. (2015). Numeracia: uma janela com vista para a sociedade da informação. In S. Pereira & M. Toscano (Eds.) Literacia, Media e Cidadania - Livro de Atas do 3.º Congresso, Braga CECS, pp. 84–99.

Shaughnessy, J.M. (2007). Research on statistics learning and reasoning. In F.K. Lester (Ed.) The Second Handbook of Research on Mathematics (pp. 957–1010). Reston, VA: National Council of Teachers of Mathematics (NCTM).

Tairab, H. H., & Al-Naqbi, A. K. (2004). How do secondary school science students interpret and construct scientific graphs. Journal of Biological Education, 38, 127–132.

Tauber, L. M. (2010). Análisis de elementos básicos de alfabetización estadística en tareas de interpretación de gráficos y tablas descriptivas. Ciencias Económicas, 1 (12), 53–74.

Tufte, E. (1983). The Visual Display of Quantitative Information, Graphic Press, Cheshire, CT.

Vanderplas, S., Cook, D., & Hofmann, H. (2020). Testing Statistical Charts: What Makes a Good Graph? Annual Review of Statistics and Its Application, 7(1), 61–88.

Wainer, H. (1992). Understanding graphs and tables. Educational Researcher, 21(1), 14–23.

Wainer, H. (2013). Medical illuminations: Using evidence, visualization and statistical thinking to improve healthcare. Oxford, UK: Oxford University Press.

Wallgren, A., Wallgren, B., Persson, R., Jorner, U., & Haaland, J. (1996). Graphing statistics & data: creating better charts. Sweden: Sage Publications.

Watson, J. M. (2006). Statistical literacy at school: Growth and goals. Lawrence Erlbaum Associates Publishers.

Publicado

2023-03-23

Edição

Seção

Artigo